segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Preparação das aves para as exposições

Estamos na altura do ano em que as exposições acontecem um pouco por todo o país. Os criadores levam a concurso as suas aves, que julgam estar em perfeitas condições e que acreditam piamente que irão ficar bem classificadas.
Contudo parece-me que falhamos na preparação das aves.Não basta ter boas aves, temos que as preparar para concorrer.
A preparação das aves para serem julgadas nas exposições é importante, para obter melhores classificações.

As aves não:
se devem apresentar sujas ou com peladas;
se devem apresentar nervosas ou demasiado apáticas;
ter nenhuma unha partida;
ter penas quebradas;
Visivelmente não ter qualquer defeito na sua constituição

Assim sendo,recomendo o seguinte:

Limpeza das aves 2 ou 3 dias antes de as lavar para as exposições. Dar banho utilizando para esse fim um shampoo de ph neutro ou outros produtos que possam ser utilizados para esse fim.Irão que a plumagem irá ficar mais brilhante e sedosa.

Tendo o cuidado, neste processo de lavagem, de não danificar a plumagem das aves, a metodologia pode ser a seguinte:

Num recipiente diluir em água morna, um pouco de sampoo e ter outro recipiente também com água morna.
Pegar na ave e com um pincel de barba molhado no recipiente com água e shmpoo, lavar a ave ao correr das penas, ficando esta bastante molhada, de seguida com outro pincel e com o recipiente de água limpa, enxaguar a ave.

Depois de concluido esta etapa a ave vai ficar completamente molhada. Nas instalações não deve estar demasiado frio nem sequer haver correntes de ar, e é importante que durante algum tempo não deixemos parar ave, para que esta não arrefeça em demasia, ou até morra.logo que a ave se mova de poleiro para poleiro e comece arranjar as penas,passou o perigom e esta vai secar completamente.

Neste processo de secagem, também se pode utilizar a gaiola enfermaria para a secagem das aves.

No caso da lavagem das penas do rabo pode-se utilizar uma escova de dentes,efectuando a lavagem sempre ao correr das penas para não as danificar.

As aves para concurso, não deverão ser retiradas directamente da voadeira para as gaiolas de exposição.Devem estas ser isoladas com antecedência de pelo menos um mês(os psitacìdeos pelo menos 3 meses) para que se vão habituando a uma gaiola pequena e durante este tempo devem passar o maior número de pessoas em frente ás mesmas a fim de as aves se irem habituando.

Aves que são desclassificadas:
anilhas não conformes;
diametro ou dimensão inadequada;
anilhas não oficiais
aves com mais de uma anilha;
aves com arranjos artificiais;
etc,etc,etc

Aves não julgáveis:
ave ferida;
ave cega ou com visão defeciente;
ave com dedo ou unha ausente;
ave doente;
ave com dedo rigido ou deformado;
ave lipocrómica com malha melânica(canários);
Ave com duplo factor(ex pastel+ opala)
Ave sem a característica da raça

Aves fora de classe:
Devemos ter atenção na inscrição das aves pois, todas as aves inscritas fora de sua classe, têm o seguinte tratamento:

-OS juizes devem julgá-la de acordo com o standard do seu fénotipo,atribuem-lhe a respectiva pontuação, mas a ficha deve ser traçada com a indicação “Ave ora de classe”.

Nota: É triste muitas vezes constactar que muitas vezes bons exemplares não tenham pontuação mais elevada,por motivos atrás mensionados.

Desejo a todos boas exposições e claro boa preparação para as mesmas!!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Segundo relatório das Nações Unidas Apresentado na Coreia do Sul.

Relatório elaborado pelas Nações Unidas sobre o estudo do Ambiente em 2003.

Das várias espécies:(mamíferos,aves,répteis,insectos e plantas) as aves são o segundo grupo mais ameaçado em todo o mundo.
Das 1194 esécies representadas e catalogadas, 12% estão ameaçadas de extinção a nível mundial.
O comércio de animais exóticos, onde as aves estão inseridas, está a ser visto com muita preocupação a nivel global pelas principais organizações da protecção da natureza.Pois nos ultimos anos está a par do comércio de narcótico.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Canário ou canária??

Na verdade existe dois métodos científicos para a identificação do sexo das aves.

O primeiro é conhecido como sexagem: Análise de sangue ou de uma pena da ave, o ouro método é a laparoscopia: Que consiste em examinar o interior do corpo da ave por meio de uma fibra óptica(o que permite vêr os óvários ou testículos da ave). Ambos os métodos são dispendiosos,por serem feitos em laboratório veterinário. Quem recorre a estes métodos são os criadores de psitacídeos(araras,papagaios, aratingas,roselas entre outros de pequeno e grande porte.
Aves de custo já considerável.

Quando os canários são muito novos, em algumas raças é extremamente difícil detectar a diferença entre machos e fêmeas.

Há no entanto determinadas raças de canários cuja a identificação se torna mais facil.
Na linha dos canários Mosaico, por ex: Os machos, são por norma mais coloridos nos ombros(parte dianteira das asas) e em redor dos olho e testa(máscara), a côr também é mais intensa do que nas fêmeas.

Para tirar qualquer das duvidas é na época da reprodução, á medida que se aproxima a reprodução,podemos determinar com mais facilidade o sexo, a partir do tamanho e posição da cloaca(mais larga na fêmea do que no mcho), os machos ficam com a cloaca(mais alta e em forma de “espigão”).
Só o macho canta a fim de cativar as fêmeas, ao mesmo tempo provocar nas mesmas o clique da maternidade.
A fêmeas apena emite sons curtos e começam a transportar palha e penas no bico. Chamam insistentemente pelos machos e em poucos dias estarão prontas para acasalar.

Além disso, as fêmeas que estarão prontas a procriarem ostentam por vezes o ventre virtualmente depenado e “roliço”.

sábado, 11 de outubro de 2008

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Photobucket
Mais um ano,mais uma Exposição que se aproxima e este ano com a presença dos tão conceituados criadores espanhois,todos esperamos que seja mais um sucesso.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

(continuação) Entre os acessórios e utensílios existentes no comércio vamos nos ater aos que são imprescindíveis na criação de canários.

Os comedouros e bebedouros utilizados pela grande maioria dos criadores são do tipo externo, em plástico, com cúpula destacável em forma de meia lua.

Os de cúpula fixa não permitem uma boa limpeza e/ou desinfecção, não sendo recomendados. Considerando que a gaiola de cria ideal deve possuir 6 suportes externos recomenda-se distribuir 2 comedouros e um bebedouro de cada lado da divisória colocar água e comida dos dois lados evita que se percam pássaros, inadvertidamente, por sede ou fome, quando se esquece uma divisória central.

Tigelas de louça ou PVC são utilizadas para oferecer a farinhada de ovos, diariamente. Toma-se o cuidado de retirá-las ao final do dia, desprezar as sobras e lavá-las adequadamente.

Banheiras de plástico ou chapa galvanizada são apropriadas para o banho. A freqüência que se oferece depende da temperatura ambiente e das fases da criação, sendo muito comum propiciá-lo às vésperas da eclosão dos ovos para facilitá-la caso a umidade relativa do ar seja baixa.

Os ninhos mais frequentemente utilizados são os de pássaros podendo ser revestidos com espuma (1 cm de espessura), flanela, feltro ou corda de bacalhau (cizal). Sacos de estopa, previamente lavados e fervidos, cortados em pedaços de 5x5 cm e desfiados, são oferecidos para a "confecção dos ninhos".

4.Constituição do plantel

Esta é sem dúvida alguma, a etapa crucial de todo o processo podendo respresentar o sucesso ou o completo fracasso.

Nesta etapa não basta gostar. É preciso humildade e contar com a participação efetiva de algum criador recomendado ou pelo menos idôneo e conhecer.

A escolha dos reprodutores não é tarefa fácil mesmo quando se tem possibilidade financeira.

Os criadores, via de regra, não cedem seus melhores pássaros mesmo a "peso de ouro". É mais fácil conseguir um bom exemplar por amizade do que por outro método.

Associar-se a um clube ornitológico e solicitar a ajuda do diretor técnico pode ser um bom princípio.

Quando da aquisição dos pássaros dirija-se pessoalmente ao criador acompanhado de um "expert" evitando, sempre que possível, comprar pássaros por telefone. Evidentemente, existem situações que não permitem esta conduta, como no caso de criadores que residem em estados distantes dos principais centros. Neste caso dirifa-se sempre a um criador recomendado para fazer a encomenda.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

CANÁRIOS – COMO INICIAR UMA CRIAÇÃO

(continuação)

Aqui, ao contrário dos canários de cor cada raça apresenta características próprias que deverão ser observadas e trabalhadas.

Com relação aos canários de canto-clássico é necessário ser dotado de um certo dom musical ou será completa perda de tempo e dinheiro. Estes pássaros são avaliados pelas notas ou conjuntos de notas musicais que emitem. Exigem muita paciência e tempo para ouvi-los e selecionar os melhores cantores. Definido o que criar vamos adiante.

2.Quantidade e local

São os fatores fundamentais de decisão. A quantidade depende necessariamente do local que se predente acomodá-los. E mesmo que o local permita não se deve iniciar com um grande número de casais.

Diriamos que o número ideal de casais para iniciar uma criação é de no máximo 10 (dez), alguns podem achar muito e outros muito pouco.


Número de casais Área Média Filhotes/Casal Tempo de dedicação/dia
9 5 m2 08 – 10 30 min.
18 10 m2 06 – 08 60 min.
54 30 m2 05 – 06 90 min.
108 60 m2 04 – 05 120 min.
216 120 m2 04 >180 min.

Tabela 1 – Quantidade e local para criação de canários, considerando gaiolas de 60x40x30 cm.
Para esclarecer alguns aspectos da quantidade montamos a tabela 1, que representa aproximadamente o que em média ocorre na prática. É evidente que em função de muitas variáveis tais dados podem ser bastante alterados.

Com respeito ao local o ideal é que seja especificamente destinado à criação; bem iluminado, voltado para a nascente, com janelas amplas e teladas (pernilongos são inimigos mortais dos canários). Cômodos úmidos e frios são sinônimo de insucesso. A iluminação, pode ser controlada artificialmente desde que tecnicamente bem orientada (lâmpadas especiais e TIMER’S).

É importante lembrar que o local deve ser suficiente para acomodar os futuros filhotes e que as voadeiras geralmente em conjunto de três ou quatro não acomodam mais do que 15 – 20 filhotes cada.

Deve estar previsto, ainda, que o local ou criadouro de acesso à área ou pátio onde os pássaros possam ser expostos ao sol (banho e sol são fundamentais para desenvolver a plumagem). Recomenda-se não esquecer os pássaros ao relento quanto o tempo estiver nublado ou na existência de ventos, pois as correntes de ar podem causar sérios problemas respiratórios levando ao óbito.

Outro aspecto que deve ser observado é quanto à forração e vedação do criadouro. Insetos e roedores (camundongos) são extremamente indesejáveis. Seus dejetos podem transmitir doenças e sua presença principalmente, à noite pode causar verdadeiro caos na criação.

3.Gaiolas, acessáorios e utensílios

A gaiola ideal para a criação de canários deve possuir dimensões aproximadas de 60x40x30 cm, divisória central, laterais removiveis, bandeja, duas portas de mola e duas portas-guilhotina.

É perfeitamente possivel criar com qualquer outro tipo de gaiola, mas o criador irá descobrindo pouco a pouco a necessidade de se adequar ao modelo ideal.

A padronização é outro elemento fundamental, pois o que serve em uma serve na outra. Assim pode-se facilitar o corte de papel para forrar a bandeja sem a preocupação de tamanhos diferentes.

Manter grades e poleiros em duplicata, também é norma habitual e facilita a troca sempre que necessário.

Evite comprar um artigo pior somente porque é mais barato. Você poderá sentir na pele os efeitos de tal compra: uma aresta mal lixada pode causar escoriações ou mesmo verdadeiros cortes na pele.

É necessário, ainda, manter um determinado número de gaiolas individuais de modo a permitir o preparo de alguns exemplares para concurso e, eventualmente, separar algum pássaro por qualquer outra razão: doença, debicagem, observação, etc.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

CANÁRIOS – COMO INICIAR UMA CRIAÇÃO

Embora teoricamente possa parecer extremamente fácil montar uma criação de canários não é o que ocorre na prática.

A decisão de inciar a criação não pode estar amparada apenas em cima de alegação de que "gosto muito do canto dos canários belgas e rollers".

Antes de se decidir pela montagem de um plantel é necessário refletir sobre certos aspectos como por exemplo.

Disponibilidade financeira;
Disponibilidade de tempo;
Disponibilidade de local
Aceitação familiar;
Disponibilidade para leituras técnicas;
Possibilidades de intercâmbio.

Há pessoas que mantêm um ou dois casais de canários pendurados em qualquer canto da casa e que acabam por obter alguns filhotes. Mas não é disso que estamos falando. Na realidade, o que pretendemos é comentar os vários aspectos da montagem e desenvolvimento de um plantel, dentro de critérios técnicos mínimos que permitam ao criador entrosar-se no meio ornitológico e até mesmo se tornar um campeão.
Tomada a decisão de se iniciar uma criação vejamos o que deve ser considerado.


1.A escolha da variedade ou raça do canário

Os canários atualmente estão distribuídos em:

Canários de cor, com ou sem fator vermelho;
Canários de porte e desenho;
Canários de canto clássico.

É desejavel que o pretenso iniciante visite uma exposição onde possa observar e ouvir (no caso dos canários de canto) todas as cariedades, nos concursos regionais. De qualquer modo já é um bom princípio visitar uma exposição local ou regional.
Entre os canários de cor a opção mais fácil recai sobre os canários sem fator (brancos, amarelos) que dispensam a administração diária do suplemento corante (cataxantina) para manifesta toda a plenitude de suas cores.

A administração da cataxantina além de onerosa é trabalhosa e mesmo criadores experientes costumam ter problemas com sua administração.

Aconselhamos, portanto, que os principiantes iniciem com brancos e amarelos até mesmo com pássaros da linha escura sem fator.

Aqueles que optarem pelos canários de porte e de desenho (LIZARDS) deverão decidir por uma ou duas raças, no máximo. Os ingleses, tradicionais criadores das raças de porte e desenho, são quase sempre especialistas em uma determinada raça border,
norwich, yorkshire, gloster, fife-fancy, etc. (continua)…

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

A muda nos Canários





A muda da pena nos canários, como noutras aves, indica a preparação para o Inverno, dela vão resultar novos mantos, belíssimos mantos brilhantes que os protegerão das intempéries de uma estação onde o frio e a humidade imperam. Assim, com uma plumagem nova e quase impermeável, mais facilmente conseguirão sobreviver.

Quando pelo chão do canaril começam a aparecer penas é porque as aves começaram a mudar a plumagem. Geralmente inicia-se em Agosto para os filhotes da primeira ninhada. São as jovens aves que dão inicio à muda seguindo-se os progenitores. Os canários do ano normalmente não mudam as rémiges, lectrizes e tétrizes, tornando-se a muda menos penosa que nos adultos onde a mudança é total e exaustiva. As aves tornam-se mais débeis e vulneráveis a doenças. Para que a muda tenha êxito são necessários espaço, boa alimentação, bom arejamento do canaril, higiene periódica e um ambiente calmo evitando ao máximo o stress.

Os cuidados para uma plumagem sedosa, macia e brilhante começam no ninho mesmo antes dos primeiros ovos. Muito importante para as aves que necessitam de pigmentação artificial tanto aves melânicas como lipócromas, essencialmente de factor vermelho e amarelo. É aqui que se deve preparar a coloração tendo para isso o criador de fornecer a pigmentação artificial própria para cada tipo de ave tendo em conta se é melânica ou lipócroma e neste último caso se a ave necessita de pigmentação vermelha ou amarela.

Em todo o caso devem-se tomar precauções porque as substâncias que permitem a coloração artificial são filtradas pelos rins e fígado dando por vezes origem a doenças renais ou biliares. Eu, embora crie canários essencialmente melânicos (Canários Lizard e Borders em que não são admitidos corantes) administro regularmente um fármaco veterinário à base de Sorbitol. Costuma este composto estar aliado também a Lisina e a Colina. Tem um efeito benéfico sobre vários factores incluindo intoxicações no fígado e rins. Tenho este cuidado devido a possíveis sobrealimentações que muitas vezes passam despercebidas.

A alimentação é muito importante para a formação das penas e consequente mudança da plumagem. Os filhotes bem nutridos, a meu ver, evidenciam-se quando os “canudos” estão quase negros no dia da anilhagem (5º a 6º dias). Para isso devem ser alimentados, de preferência, com os sucos gástricos tanto da mãe como do pai, com a papa de cria, sementes germinadas ou cozidas (Eu utilizo as germinadas), alpista e aveia descascada (A aveia deve ser o mais branca possível e sem pó). A partir do 5º dia junto maçã. Ao 10º dia costumo inserir verduras. Pessoalmente prefiro as ervas do campo: Brássicas, Crucíferas e Beldroegas. Dou uma vez por semana. Quando separo as crias tento manter a mesma dieta eliminando, nas duas primeiras semanas as ervas, voltando a serem dadas com a mesma periodicidade.

Muito cuidado ao administrar ervas do campo pelos seguintes motivos: Os pesticidas, os parasitas, fezes e urina de animais. Deve-se escolher muito bem o local onde se apanham as plantas, de preferência devem vir do nosso quintal ou dos nossos vasos. Para libertar as ervas dos parasitas basta ficarem imersas em água com vinagre de vinho durante uma hora deixando secar ao sol.

Quando os canários vão para o voadouro, passadas cerca de duas três semanas começamos a notar algumas plumas no chão. Trata-se de uma pequena muda que por vezes acaba dentro de outras duas semanas. É como que uma preparação. A muda, não é repentina, tem fases consoante a temperatura e luminosidade e também a humidade. Nos Verões em que o calor é prolongado e o ar seco, a muda atrasa-se. A altura em que é mais acentuada geralmente ocorre em Agosto e princípios de Setembro para os canários do ano. Mas isto acontece no meu sistema de criação porque as minhas aves começam a reprodução em finais de Fevereiro princípios de Março sensivelmente. Para outros sistemas de criação, especialmente para quem começa a criar muito cedo, a muda será igualmente mais cedo.

Há que ter cuidado com alterações bruscas de temperatura e luminosidade especialmente porque a sua oscilação provoca uma muda súbita o que não seria nada agradável no meio do período da reprodução. Outra situação é o Stress. Muitas vezes depois das exposições ou mudança de instalações as aves entram em muda. Os meus canários, quando acidentalmente tive que fazer umas alterações ao canaril, tiveram uma muda diferente dos outros anos em que o ambiente era calmo. Notei que a muda não se dava continuamente, existindo fases em que a queda das penas era maior e outras em que quase não caíam.

O “desmame” da alimentação das crias deve ser orientado para a alimentação própria da muda da pena. Os antigos punham nos voadouros sebo de vaca. Diziam que os canários ficavam com as penas mais brilhantes. Não é por acaso que tal acontecia pois a gordura, além do mais, tem que estar presente nesta época. Como vamos dar gordura? Com sebo de vaca? Claro que não precisamos de correr riscos, com todo o tipo de doenças que este tipo de “truque” passado de gerações em gerações causava. Pois talvez a mortandade das aves fosse avassaladora. Pessoalmente penso que a melhor forma das aves obterem a gordura correcta de que necessitam é através das sementes germinadas. Nas sementes germinadas, a sua gordura está presente como alfatocoferol vitamina liposoluvel, a vitamina específica do crescimento, renovação e construção de tecidos, necessária à reprodução e essencial na renovação das penas.

Este preparado de sementes está incluído na alimentação dos meus canários durante todo o ano (embora em dosagens diferente). Nesta altura, elas fazem parte da ementa dos meus canários diariamente. Mas atenção! Para a alimentação com estas sementes são necessários cuidados especiais pois a isso o exigem sob pena da proliferação de fungos, bolores e bactérias tipo salmonelas, colibaciloses e cândidas.

Se a temperatura subir acima dos 30ºC mudo as sementes duas vezes por dia assim como os recipientes em que ficaram, colocando-os em água com lixívia ou vinagre de vinho. Se a temperatura não for tão alta basta uma vez. Não guardo restos de sementes, preparando-as para isso todos os dias. Dou também papa com vitaminas e aminoácidos essenciais próprias destinadas ao aceleramento e boa formação das novas penas. Os aminoácidos que devem estar presentes na alimentação serão, a lisina, metionina e cistina como também a biotina.

Continuo com alpista diariamente e aveia descascada em dias alternados. Tendo atenção o funcionamento dos intestinos, junto ao esquema alimentar ervas duas vezes por semana (por exemplo à segunda-feira e à quinta-feira). Tenho o hábito de deixar um recipiente bastante largo com terra que foi retirada do meu quintal no início das chuvas no Inverno. Nesta altura a terra está limpa contendo muitos nutrientes que os canários adoram tendo também o deleite de se “espojarem”.

Quando está prestes a terminar a muda deixo de fornecer aveia pois a necessidade de hidratos de carbono diminui. Visto isto para evitar a obesidade deixo os canários com uma dieta que denomino de dieta de repouso. Consiste essencialmente em alpista, sementes germinadas em proporções muito menores que anteriormente, papa de muda também muito simbolicamente, ervas, maçã e cenoura em dias alternados. Adiciono também papa com alho em pó.

Quando há uma grande população no canaril os cuidados com a higiene devem ser redobrados. Pessoalmente troco os bebedouros e comedouros de sementes germinadas diariamente por outros que tiveram imersos em água com lixívia e que ficaram expostos ao sol durante um dia. Renovo os tabuleiros do fundo das gaiolas por outros lavados em que coloco no fundo sal sendo cobertos por folhas de papel, pode ser jornal. Assim é mais difícil que ácaros e bactérias proliferem pois o sal inibe o aparecimento destas. Todos os utensílios de madeira são pincelados por uma solução de óleo de soja misturado com um acaricida em pó, deixando secar posteriormente os utensílios. O chão do voadouro contém areia de gato nos locais onde as aves defecam, sendo renovado semanalmente ou se a população é muito elevada mais amiúde. Lavo o chão com uma esfregona molhada em água com um pouco de lixívia. Nesta altura deixo as janelas abertas provocando um grande arejamento durante duas ou três horas. Nunca tive problemas, no entanto há quem em vez de lixívia junte vinagre de vinho, substância inócua com um elevado poder de desinfecção.

Todo o voadouro tem poleiros individuais, tipo poleiro casinha de plástico que impedem a picagem, aumentando o espaço útil não havendo aves sujas. Outra vantagem é que o próprio voadouro mantém-se mais tempo limpo.

O arejamento do espaço é vital para bons resultados e nesta fase é muito importante pois mais do que nunca as aves necessitam de ar limpo isento de partículas nocivas à sua saúde. Nos dias de muito calor pode abrir as janelas durante o período da manhã fechando-as quando a temperatura começa a subir. Assim como no fim da tarde e eventualmente durante a noite, se a amplitude térmica não for exagerada. Mas reside o problema do pó das penas e claro, as plumagens. Sugiro, para uma boa ventilação e filtragem do pó e das plumagens, um sistema feito com uma caixa em que numa extremidade coloca-se uma ventoinha que obriga o ar a entrar dentro da caixa. Colocando na abertura de entrada da caixa uma rede com malha de aproximadamente 1 cm e no meio um filtro feito com uma espécie de tecido tipo “Drakalon” à venda nas retrosarias (costuma servir para encher edredões). A caixa deve localizar-se num canto do canaril de preferência no chão.

Um sistema de emergência para aqueles dias de calor abrasivo pode ser usar mesmo uma pequena ventoinha. Se eventualmente vivermos num local sujeito a fumos de escape, ou outros será melhor utilizar um ionizador para filtragem e purificação do ar.

O espaço é medido teoricamente por cerca de 4 aves por metro cúbico. A meu ver penso que o espaço deve ser contabilizado apenas pela parte útil. Quero com isto dizer local para alimentação individual, local de voo, local de descanso e banho. Os canários nesta altura sentem a necessidade de bando tendo comportamentos próprios das espécies que vivem em comunidade. No entanto não significa que se amontoem. Uma sobre população leva inevitavelmente e naturalmente à proliferação de doenças como tentativa de reequilibrar esta mesma população. Pois naturalmente quando há excesso de população a Natureza despoleta a defesa de eliminar parte dessa população. Em consequência teremos aves mais débeis, pior nutridas, com comportamentos como a picagem e atreitas a doenças. A arquitectura do espaço do canaril terá de passar pelo espaço útil de cada indivíduo assim como todas as actividades próprias do bando.



Fonte: Manuel João Múrias

terça-feira, 1 de abril de 2008

Um pouco sobre a história dos Diamantes de Gould


(continuação)

Estas aves gozavam (ou gozam) de uma reputação de criação difícil, em parte porque as fêmeas costumavam abandonar a ninhada prematuramente. No entanto, como muitos criadores desejam ter descendência destas aves utilizam normalmente as amas (Bengalins do Japão) para chocar e criar as crias dos Diamantes.

De um modo geral com este método tem-se tido muito sucesso, sendo no entanto preferível que sejam os próprios progenitores a fazê-lo.

São utilizados ninhos em madeira rectangular, semi aberta para a criação, para a confecção do ninho usa-se uma mistura que se encontra no comércio que é muito macia e muito apreciada pelas aves.

Normalmente a postura é de 4 a 8 ovos, onde as crias nascem após 14 dias, mais ou menos. A plumagem surge ao fim de pouco mais de três semanas. Em condições normais, as aves adquirem a plumagem definitiva após três a quatro meses, embora possa demorar mais.

Há muitas mutações de Diamantes de Gould: cabeça preta, cinza, vermelha, laranja e camurça, quanto ao peito há: Lilás, branco e creme, finalmente o corpo: Amarelo, azul, branco, pasteis, verdes, podendo ainda assim existir ainda alguma mutação não citada neste texto.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Um pouco sobre estas aves maravilhosas…


Os Diamantes de Gould, são aves de origem Australianas e medem cerca de 13, 14 cm. A distinção entre ou sexos é relativamente fácil, devido aos machos terem as cor da plumagem mais vivas do que a das fêmeas.

Os Diamantes de Gould são aves pacíficas e gregárias que adoram companhia. No seu país de origem vivem em grandes bandos. Os machos não lutam entre si, só na época de reprodução. Os diamantes vivem melhor num recinto fechado do que ao ar livre. No entanto podem ser mantidos em gaiolas (de criação), embora o espaço não os estimule ao movimento, o que dá origem a obstipações e a que as aves engordem. Estas aves adoram o sol, não sendo por isso que não resistam a temperaturas mais baixas, pelo contrário se as aves gozarem de perfeita saúde resistem sem problemas nenhuns.

A alimentação base é uma mistura de sementes (60% de alpista e 40% de mistura para exóticos). Também se pode administrar papa com insectos, adoram sementes frescas e milho painço. É conveniente que disponham de arenito, para que as aves possam satisfazer as suas necessidades digestivas.

Continua…

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Preparação para a reprodução

Continuação (preparação para a reprodução)

No que respeita à questão da alimentação, da mesma forma que em condições naturais, as plantas amadurecem e criam os seus grãos para alimentação, permitindo aos granívoros na aproximação da Primavera ter uma boa alimentação, em cativeiro devemos também ter em consideração a alimentação adequada consoante a época (Manutenção, Preparação, Reprodução).

Na fase de repouso a alimentação deve ser à base de sementes secas, essencialmente de alpista, enriquecendo gradualmente esta alimentação na preparação e criação, para que seja estimulado a maduração sexual e sobretudo haja uma alimentação disponível e suficiente para alimentar todas as necessidades próprias no desenvolvimento das criações.

O enriquecimento de uma adequada alimentação deve ser gradual à base de alimentos brancos, nutritivos e apetecíveis, tais como sementes germinadas, hidratadas, tendo em atenção os métodos de preparação adequados, evitando a transmissão de fungos, propicio a este tipo de alimentação.

Uma a duas vezes por semana devem administrar verduras ou frutas variadas, garantindo uma variabilidade no regime de alimentação e uma dieta saudável no que respeita ás vitaminas. Apesar de uma alimentação variada é também aconselhado nos locais de pouca luminosidade e fechados a administração de vitamina E, vitamina importante para a fecundação e um polivitaminico, proporcionando um equilíbrio fundamental para a obtenção de bons resultados.

José Ferreira

Juiz OMJ- Canários de Côr

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Continuação (preparação para a reprodução)

A escolha destes dois métodos, com as vantagens e desvantagens de cada um, depende sempre de condições que temos para podermos optar pela escolha mais indicada.

Com a luz natural tudo se desenvolve a um ritmo, mais tranquilo e sem duvida mais saudável, reflectindo-se na obtenção de melhores resultados, meses ideais: Março, Abril; Maio e meados de Junho a não ser que tenhamos meses frios e húmidos que tenhamos de recorrer a recursos artificiais.

A luz artificial, por contrário, impõe a utilização de um relógio temporizador, programado diariamente e potencialmente “perigoso” para mudas fora de tempo por excesso de luz.

Uma programação de luz requer uma programação de temperatura harmoniosa e coordenada, de forma a ter nos finais de Janeiro 12 horas em média de luz e temperatura de 7/8 graus, isto implica logicamente termómetros, higrómetros e fontes de calor, com custos acrescidos pelo consumo de energia. Para não falar de desumidificadores e sistemas de isolamento essenciais para a criação fora de tempo ou em condições adversas.

Se optarmos por utilizar luz artificial, devemos sempre de forma gradual tirar ou aumentar o número de horas de luz, essencialmente neste ultimo caso em que se não for assim, podemos correr o risco de termos muda de penas fora de tempo, (falsas mudas) por alterações no metabolismo da ave por excesso de luz, com consequentes comprometimentos nos bons resultados na totalidade da época de criação.

Continua…

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Preparação para a reprodução

Em Janeiro, Fevereiro na generalidade dos casos é os meses indicados para a formação dos casais. Devemos “estudar” previamente as aves em melhores condições, são só ao nível fénotipo (aspecto exterior da ave) e génotipo (património genético da ave), mas essencialmente às condições de saúde, dando sempre um tempo de adaptação ao casal para que tenham um relacionamento harmonioso que é fundamental para a fecundação dos ovos e consequentemente de bons resultados.

Aspectos a ter em conta na preparação dos reprodutores são essencialmente o ambiente e alimentação.

Considerando a boa saúde dos reprodutores, temperatura adequada e sobretudo a luz, são componentes fundamentais para a obtenção de bons resultados. Podemos favorecer esta preparação com um programa organizado de luz artificial, simulando as horas de luz ideais na época de preparação e reprodução ou então aguardando pela época ideal, como é a Primavera.

Continua…

domingo, 20 de janeiro de 2008

Panorama de desenvolvimento dos jovens canários

1º ao 5º dia: Os filhotes têm

ainda os olhos fechados e ficam

frequentemente na posição de embrião,

com a cabeça dobrada para a barriga.

6º dia: Os olhos abrem-se.

Tornam-se visíveis os rebentos

das penas.

7º ao 8º dia: Expulsão voluntária

dos excrementos para fora do ninho.

12º dia: As penas rebentaram e já

se desenvolveram bastante.

17º ao 18º dia: Os jovens canários

deixam o ninho, mas ainda são

alimentados pelos progenitores.

30º dia: Independência completa.

2º ao 4º mês: Primeira muda das penas,

incluindo as das asas e do rabo, são

substituídas. Depois a plumagem é

igual á das aves adultas e os jovens

canário tornam-se púberes.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Vamos falar sobre conceito de vitaminas…

As vitaminas: são corpos químicos indispensáveis em pequenas quantidades para manter a vida, o crescimento e o normal funcionamento dos órgãos do corpo.

As vitaminas, as aves vão buscá-las á alimentação (as naturais, mas as quantidades produzidas por estas não são suficientes), pois também normalmente as vitaminas não produzidas no próprio organismo do canário sendo necessária a administração pela mão do próprio criador através da alimentação (as sintéticas; em forma de gotas liquidas, em pó, comprimidos ou cápsulas). A falta de vitaminas provoca retardamentos no crescimento, resistência débil ás doenças, dificuldades na criação, etc., muitas das vezes até á morte. O excessivo uso de vitaminas também provoca danos no organismo. As vitaminas só por si eram tema para um artigo bastante longo, dei eu não entrar muito em pormenores…tanto de funções como descrições de generalidade, mas a minha função é generalizar o tema de maneira que quem leia este artigo consiga perceber minimamente a importância das vitaminas na vida das aves e não só.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

As aves e a luz

Nas aves, o período da reprodução natural, ocorre numa altura em que há maior luminosidade, ou seja, no início da Primavera, quando os dias começam a ser mais longos.

A luz, especificamente o aumento da duração e intensidade, tem um grande efeito no ciclo reprodutivo; estimula a hipófise a produzir seus hormônios, entre os quais aqueles que estão envolvidos no processo de reprodução. Ao concluir, portanto, que aumentos artificiais na quantidade diária de luz são estimulantes do processo reprodutivo, alguns criadores conseguem induzir as suas aves a antecipar o início das criações, usando para esse efeito lâmpadas com um aspectro específico (Arcadia Bird Lamp).

No entanto, qualquer aumento (ou diminuição) de luminosidade, deve ser feito de maneira gradual, porque caso contrário pode levar a que as aves entrem em muda de penas (muda falsa).