sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Doenças comuns aos Canários

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ENTERITE:
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Dores abdominais, diarréia, plumas da cloaca sujas pelas fezes, estrias de sangue. Abdômen duro, vermelho violeta. Pára de cantar. Tem muita sede. Emagrecimento rápido. Dependendo da causa: Vermífugos, coccidiostáticos, antibióticos, antimicóticos. Eliminar as verduras. É útil a administração de 2 gotas de Aderogil no bebedouro de 50 cc.



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INDIGESTÃO / CONSTIPAÇÃO
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Ventre inchado. Fezes duras, cloaca inchada e de cor vermelha. Dificuldade de evacuação. Dar no bico 2 gotas de óleo de parafina. Introduzir, prudentemente, na cloaca um pouco de azeite de oliva. Administrar verduras, maçã e infusão de tília para beber.



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COLIBACILOSE
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Sonolência. Falta de apetite. O pássaro se retira para um canto da gaiola. Diarréia esverdeada que deixa as penas ao redor da cloaca sujas. Vômitos freqüentes de alimentos misturados a uma substância e a um fluido esverdeado. Nesses casos a mortalidade é muita elevada entre o primeiro e o segundo dia. Dentre outros, mencionamos: Zooserine, quemicetina solúvel, Cloranvex e Gentamicina (colírio 1 gota no bico). A medicação deve ser oferecida conforme a bula.



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SALMONELOSE
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Na forma fulminante o pássaro se retira para um canto da gaiola e fica a dormir, com as penas soltas, asas caídas e com a respiração ofegante. Morte repentina. A parasitose em forma fulminante tem incubação de 1 a 3 dias. O mesmo descrito no item 3. Além desse, pode ser feito tratamento com sulfas (Vetococ, Neosulmetina, Coccirex). Nota: Durante a criação deve ser evitado o uso indiscriminado de produtos com sulfa, porque esterilizam o macho por 22 dias aumentando bastante o risco de complicações com Cândida.



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SALMONELOSE
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Na forma aguda o pássaro pára de cantar. Falta-lhe vivacidade e o mesmo se retira para o canto da gaiola com as penas eriçadas e os olhos semi-cerrados. Inapetência, muita sede e diarréia verde-amarelada. Cloaca suja de fezes, ventre inchado e respiração ofegante. Além dos medicamentos indicados no caso precedente, dar sulfas com os cuidados recomendados. Os pássaros que conseguem ser curados ficam por via de regra, portadores de germes.



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STREPTOCOCOS
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Sono contínuo. O pássaro se isola em um canto da gaiola. Cloaca suja pela diarréia. Emagrecimento rápido. Respiração ofegante. A cauda e as asas caídas. Aumento do ritmo respiratório, bico aberto. O pássaro pode, de tempos em tempos, emitir ruído agudo. Durante 5 dias deve ser oferecido ao pássaro doente um dos seguintes produtos: 100 PS (vide bula), Linco Spectin (1 g para 1,5 I. de água), Tylan 200 (1 gota no bico).



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TIFOS
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Asas caídas, penas soltas e diarréia verde. Mortalidade muita elevada e rápida, entre 12 e 24 horas. O mesmo que os itens 3 e 5. 8 -



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HEPATITE
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Falta de apetite ou fome exagerados. Manchas violáceas no ventre, com hipertrofia do lóbulo hepático Pro Livre (5 gotas no bebedouro) noz vômica, Antitóxico SM (vide bula), Epocler (10 gotas no bebedouro por 5 dias). Recomenda-se suspender a farinhada e manter somente alpiste e chicória.



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VARIOLA / BOUBA
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(Forma Aguda) A princípio, não apresenta nenhum sintoma particular. O pássaro fica apático e se retira para um canto da gaiola com as penas eriçadas e respiração difícil. Na chamada forma diftérica o vírus provoca o aparecimento de pequenas placas como se fossem membranas branco amareladas na boca e nas vias respiratórias causando sérios problemas. Neste caso a antibioticoterapia é geralmente ineficaz; a única ação válida é preventiva por vacinação. Existe a francesa "Kanapox" Rhone Merieux e a americana "Poximune C" Biomune Inc.



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VARIOLA / BOUBA
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(forma crônica) A princípio, a queda de pequenas penas ao redor dos olhos. As pálpebras engrossam. Pode parecer plefarite com secreção purulenta que fecha o olho. Lesões epiteliais típicas da varíola. Furúnculos com até 5mm de diâmetro, de cor amarelada/esbranquiçada cheios de líquido purulento. Por vezes eles se cobrem de uma membrana que parece casca e atinge com mais freqüência a fixação do bico junto a cabeça e cavidade interna do bico, faringe e ouvidos. As generalidades dos sintomas são aquelas da forma aguda A forma cutânea pode ser tratada com tintura de iodo ou mercúrio cromo em uma solução alcoólica a 3% ou Thuya. A Quemicetina (4 gotas no bebedouro) pode, em alguns casos, mostrar eficiência.



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CORIZA
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Falta de vivacidade, anorexia, corrimento de cerume das narinas, que pode se tornar um ranho purulento, continuamente freqüente, com tosse. Respiração difícil. Mucosa congestionada Limpar as cavidades das narinas com algodão impregnado com permanganato de potássio solução 1/1000. Dar um dos seguintes remédios 100 PS conforme a bula. Linco Spectrin 1 g em 1,5 L. de água, Tylan 200, 1 gota no bico. O tratamento deve ser mantido até o desaparecimento da doença.



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DOENÇA RESPIRATÓRIA
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(crônica) - D.R.C Dificuldade de respiração, espirros, corrimento nasal e ocular. Esta doença é bastante semelhante a coriza. Tylan 200 (1 gota no bico), Linco Spectin (1g em 1,5 I. de água), Ofticor (2 gotas no bico). Tratamento de 1 semana.



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SINUSITE INFECCIOSA
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Corrimento freqüente das narinas e dos olhos que ficam injetados com inchação ao seu redor, podendo apresentar pus. O pássaro não come e permanece com a cabeça embaixo das penas recolhido num canto do poleiro ou no fundo da gaiola. Esfrega, seguidamente, o bico contra o poleiro ou arame. Respiração difícil. Lavar as narinas e olhos com água morna. Pingar 1 gota de Hidrossin em cada narina. Na água pode ser usado Auromicina Avícola, Vetococ, Tylan 200 ou Linco Spectin. A medicação deve ser oferecida conforme a bula.



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PNEUMONIA
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Falta de vivacidade. Respiração difícil. O bico pode ficar com uma cor violeta. O pássaro coloca a cabeça para trás debaixo da asa. A cauda acompanha o ritmo respiratório. Febre, asas caídas, penas eriçadas Baytril ou Tylan 200 (1 gota no bico) Linco Spectin, Oftcor (2 gotas no bico). Reforçar a alimentação adicionando vitaminas na farinhada.



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AEROSACULITE
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Respiração difícil e ruidosa com silvos pronunciados. Falta de vivacidade, o pássaro fica infértil e não canta. O mesmo do item 14.



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ASMA
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Respiração difícil com acesso asmático muito intenso e freqüente. queda do poleiro; morte por asfixia. Nos casos muitos graves, imobilidade, olhos entreabertos, penas soltas. Respiração acelerada intermitente com emissão do pequemos gemidos. Administrar os mesmos medicamentos do item 14.



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MUDA ANORMAL
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Muda de penas fora de tempo, irregularidade na formação das penas ou quedas contínuas. Identificar e sanar o problema que pode ser: Mudanças bruscas de temperatura; excesso de calor ou frio; local muito úmido ou muito seco; correntes de ar; mudança de alimentação; Stress; baixa luminosidade durante o dia; excesso de luminosidade artificial. Identificada a causa, administrar boa farinhada enriquecida com vitaminas e minerais diariamente.



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TEIGNE
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Manchas redondas ao redor das pálpebras, perto do bico ou ainda nos ouvidos com formação de escamas secas. Desinfetar bem a gaiola, com Biocid. Aplicar com cautela pomada antimicótica, Canesten.



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PARASITOSE EXTERNA
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Queda de plumagem, emagrecimento, anemia demonstrando as patas pálidas e olha comprimidos Desinfetar a casa 3 meses com Kil Red (20 g para 6 litros de água), gaiolas, equipamentos e pássaros. É indispensável que o produto seja pulverizado nas paredes e estantes. O SBP também pode ser usado, contudo, como se volatiliza rapidamente, o risco de reinfestaçâo é maior.



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PIPOCAS DA PATAS
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Inchação das juntas e furúnculos nas patas. Aplicar pomada Nebacetin até a cura e dar na água 5 gotas de Benzitrat.



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STREES
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O pássaro fica sonolento, abatido. Muito especialmente ao retornar de exposições ou viagens longas. Tumulto dentro do canaril provoca agitação nos pássaros, causando-lhes stress. Administrar vitaminas: Potenay 812, ou Vita Gold (5 gotas no bebedouro) e farinhada reforçada com Rosivolt, maça, verdura e jiló



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INFERTILIDADE
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Ovos claros, o pássaro não entra em forma para reprodução . A fêmea recusa sempre o macho ou vice versa. Vitaminas e alimentação sadia devem ser oferecidos aos pássaros para que na época da reprodução estejam em forma. E recomendável adicionar em 1 quilo de farinhada seca 2 gramas de Vitamina "E" em pó.



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CANDIDIASE
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Penas arrepiadas, falta de apetite, dificuldade para ingerir alimentos, vômitos e as vezes diarréia Assim que aparecer os primeiros sintomas, bons resultados são conseguidos com Micostatin (1 gota no bico) e 8 gotas no bebedouro. Nizoral (1 comprimido transformado em pó adicionado a 1 quilo de farinhada seca) também produz bom efeito.



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COCCIDIOSE
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A cossidiose raramente provoca mortes rápidas. As penas ficam eriçadas, a ave fica abatida surgindo 0 osso do peito saliente, chamado de peito de falcão. Desidratação e diarréia com fezes com estrias de sangue ou de coloração bem escura. Vetoco, Coccirex e Amprolium. Os medicamentos devem ser ministrados de acordo com as bulas. Recomenda-se adicionar a farinhada complexo vitamínico e Hidrax ou Pedyalite.



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ASPERGILOSE RESPIRATÓRIA
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O tratamento é difícil; o ideal é prevenir tratando as sementes com um alumino silicato (seqüestraste). De qualquer forma a cura pode ser tentada com Ancotil na dosagem de 120 a 250 mg por quilo de farinhada seca, oferecida por 3 dias. Movimento de cauda acompanhando a respiração, abrir e fechar do bico com muita freqüência. A respiração em alguns casos é bastante ruidosa. Não há tratamento satisfatório com medicamentos específicos, contudo, algum resultado pode ser conseguido com NF 180 (2 g para 1 quilo de farinhada seca) e complexo vitamínico para melhorar a resistência.



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ÁCAROS RESPIRATÓRIOS
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Acesso asmático repentino, porém mais freqüente à noite e à tardinha, ou depois de se alimentar. Respiração penosa, sibilante, com assobio. Acesso de tosse com expectoração contento muitas ácaros. Plumagem em desalinho, abertura do bico sincronizada com os movimentos respiratórios. Após as crises, os pássaros voltam ao estado de aparente normalidade. A presença de ácaros respiratórios Sternostoma Traqueacolum - ocorre, em maior ou menor grau, na maioria dos criadouros. Isolar o pássaro doente. Desinfetar as gaiolas todos os dias com solução Biocid na proporção 2 ml por litro de água. Aplicar vacinação adotando o processo de arrancar algumas penas da coxa do pássaro, esfregando, levemente, uma gota de Ivomec. A medição deve ser repetida 15 dias após e na segunda aplicação da vacina não havendo melhora do pássaro, o mesmo não está acometido de ácaros, devendo ser tentado outro tratamento.



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CARÊNCIA DE VITAMINAS
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Falta vigor, queda de penas fora de época e falta de apetite. Os machos não cantam e de modo geral pássaro fica adormecido durante o dia no fundo da gaiola. Oferecer 5 gotas de Potenay B12 ou Vita-Gold em bebedouro de 60 ml de água, diariamente. Alternar com Ferro SM no bebedouro por período de 15 a 20 dias. Alimentação enriquecida com maça, jiló e verduras em dias alternados durante 30 dias. Banhos nos dias quentes e sol durante 15 minutos no horário da manhã. A farinhada com ovo cozido não deve faltar.



Autor: Paulo Cantoni
FONTE:http://canariculturatuga.com/forum/doencas/doencas-comuns-aos-canarios/

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Ivomec Mocinho Vilăo Ou outra vítima de....

Rodrigo Silva Miguel
É médico veterinário e Criador de aves ornamentais - CCCC - 293



I- Introduçăo
0 uso do Ivomec na criaçăo de aves ornamentais começou como o de vários outros medicamentos, como antibióticos, antiinflamatórios, etc.: com adaptaçőes de fármacos produzidos para mamíferos como căes, bovinos e até mesmo humanos, ou da avicultura de produçăo, onde considerando-se os pesos das aves, as doses săo altíssimas.
A rigor esta atitude năo é condenável pelo fato de que naquela época e até mesmo hoje haver uma caręncia de medicamentos específicos para passeriformes. Essa prática pode e até deve continuar por facilitar o tratamento de nossas aves, porém, se algumas observaçőes básicas năo forem feitas, isso pode levar ao fracasso, o melhor plantel do mundo.
A ivermectina (Ivomec está no mercado desde 1981 e até hoje é um dos antiparasitários de maior sucesso no tratamento de endoparasitas (nematóides), ectoparasitas (ácaros e piolhos sugadores). Isto se deve por sua açăo particular no sistema nervoso (GABA) dos parasitas, o que dificulta o aparecimento de resistęncias.
Por essa capacidade de açăo no sistema nervoso, começou-se a estudar uma possível açăo, do fármaco no sistema nervoso dos hospedeiros (aves, bovinos, căes, etc.). detectando-se alguns efeitos colaterais em algumas raças de căes e também em animais que receberam superdosagem. Esses efeitos colaterais variam de incordenaçăo motora e tremores transitórios, perda de fertilidade por algum tempo em mamíferos até mortes em alguns casos.
Devido ŕ caręncia de estudos a respeito do uso e efeitos colaterais de ivermectina em aves, decidimos desenvolver um trabalho específico, em conjunto com o departamento de Farmacologia, Toxicologia e Patologia da USP, patrocinado pelo CNPq. Este trabalho ainda está em andamento sob os estudos da Dra. Camila G. Pontes (formanda da USP), e a cada nova fase, mais subsídios săo somados aos resultados demonstrados a seguir:

II - Objetivos
A intençăo de se tratar a açăo e os possíveis efeitos colaterais da ivermectina em aves teve como principais objetivos confirmar a eficácia da dose recomendada no tratamento de endo e ectoparasitas, determinar os efeitos na reproduçăo (número de ovos, ovos brancos, morte embrionária e viabilidade de filhotes), além de fixar o que seria uma superdosagem prejudicial ŕs aves.
Foram usados 36 casais de manons (Munia demonstica) em gaiolas separadas onde observou-se por 2 ninhadas os parâmetros reprodutivos acima indicados. Os dados foram anotados e logo após essas duas ninhadas. Os casais foram divididos em quatro grupos para a administraçăo da droga.

Grupo 1 - Controle injetado apenas propilenoglicol*(diluente)
Grupo 2 - Machos tratados com Ivomec
Grupo 3 - Fęmeas tratadas com Ivomec
Grupo 4 - Casal tratado com Ivomec

A aplicaçăo foi feita na dose de 0,01 ml por kg de peso vivo (dose recomendada na literatura) por via intramuscular peitoral. Para conseguir um volume significativo para a aplicaçăo houve necessidade de diluiçăo do Ivomec em propilenoglicol. Observou-se a reproduçăo e na análise das ninhadas houve um aumento na produtividade (número de ovos e de filhotes) explicado pela desparasitaçăo das aves.
A partir desta constataçăo começamos a aumentar as doses na ordem de 10 vezes para cada ninhada onde começaram a aparecer alteraçőes reprodutivas como queda do número de ovos e/ou queda de fertilidade (ovos brancos).
Hoje o experimento continua e já está em uma dose bastante elevada sem apresentar sinais clínicos de efeitos nas aves, a năo ser diminuiçăo da reproduçăo.

III - Conclusőes
1 - Confirmou-se a eficácia do Ivomec no tratamento de endo e ectoparasitas das aves ornamentais.
2 - Confirmou-se a dose recomendada e a ausęncia de efeitos colaterais tanto nas aves quanto na sua reproduçăo nessas condiçőes.
3 - Confirmou-se o efeito prejudicial se usado em dose errada ou de forma continua.
4 - Em dosagens muito elevadas pode provocar convulsőes, tremores, cegueira e até morte.
5 - É o medicamento de maior eficácia para o tratamento de ácaro de traquéia e com os resultados rápidos 6 - Pela dificuldade de diluiçăo a campo, foram feitas algumas adaptaçőes como colocar uma gota de seringa de insulina na musculatura do peito, ou usar a formulaçăo Pour-on (azul) pingando no bico ou na nuca da ave.
7 - Seguindo essas formas de administraçăo, năo se consegue atingir doses prejudiciais podendo ser usado com segurança tanto para a ave quanto para a sua reproduçăo.
8 - O único cuidado deve ser com a época e a freqüęncia de administraçăo do Ivomec, que deve ser determinada pelo veterinário responsável pelo plantel de acordo com a espécie, época de reproduçăo e grau de parasitismo.

IV - Consideraçőes Finais
Esses dados foram extraídos de trabalho científico realizado por nós dentro da faculdade de Medicina Veterinária da USP e confirmados na prática em nossa criaçăo situada no município de Batatais, Săo Paulo, onde tratamos diferenciadamente 3000 matrizes de 28 espécies de aves.


Fonte: http://www.criadourokakapo.com/index.php?secao=artigocor000151

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Granulados Nutribird



Hoje em dia,acredito que mais de metade dos criadores de canários,utilizam este produto(eu,por exemplo) esta alimentação que tanto pode ser dado como alimento principal,assim como complementar,eu pessoalmente utilizo como complementar.
São granulados com uma composição,à base de cereais seleccionados, fruta fresca e 50 % de alpista.
Com estes granulados,tem-se praticamente poucas perdas ou nenhumas.
Eu no meu caso não foi necessário porque estou a dar o granulado como complementar,mas quem pretenda dar como alimentação principal terá que ir inserindo gradualmente estes granulados para que as aves se habituem aos mesmos.
Estem granulados existem praticamentem para todo o tipo de aves,mas neste caso o C19 é exclusivamente para canários e exóticos e destina-se para a altura da criação,havendo o nutribird C15 para a muda e manutenção também para canários e exóticos.

Aqui fica a tabela nutricional dos granulados C19(Canários e exóticos)

Proteína bruta 19 %
Gorduras brutas 16 %
Cinza bruta 4,5 %
Celulose bruta 3,5 %
Cálcio 0,9 %
Fósforo 0,6 %
Metionina 0,45 %
Lisina 0,95 %
Sódio 0,2 %
Magnésio 0,17 %
Vitamina A 15.000 UI/kg
Vitamina D3 1.500 UI/kg
Vitamina E 50 mg/kg
Vitamina K 1,5 mg/kg
Vitamina B1 2 mg/kg
Vitamina B2 10 mg/kg
Vitamina B3 15,5 mg/kg
Vitamina B6 4 mg/kg
Vitamina B12 20 µg/kg
Vitamina C 30 mg/kg
Vitamina PP 40 mg/kg
Acido fólico 0,5 mg/kg
Biotina 220 µg/kg
Colina 700 mg/kg
Treonina 0,78 %
Triptofano 0,19 %
Ferro 30 mg/kg
Cobre 14 mg/kg
Manganés 85 mg/kg
Zinco 100 mg/kg

Ingredientes
Cereais
Sementes (mín. 50 % alpista)
Fruta (mín. 5 % fruta fresca)
Extractos de proteínas vegetais
Subprodutos de origem vegetal
Açúcares
Minerais
L-Lisina
Metionina
Extr. Yucca schidigera
Extr. Tagetes spp.
Fructo-oligosacarídeos
Vitaminas
Oligoelementos

Embalagem: 5 Kg

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Papa de criação/manutenção

Agora que estão praticamente a nascer as primeiras crias,a alimentação nesta altura é fundamental,não é que em outra altura não o seja mas agora é crucial.
Nesta altura estou a dar papa 3 vezes por semana,para alem do germinado com os cuscos,a sêmola e o nutribird,agora quando nascerem as crias vou dar tudo isto todos os dias,para que os pais alimentem bem as crias.
O ano passado tive alguns problemas no inicio da criação,mais de metade da 1ª postura os ovos eram goros,quando me apercebi os machos estavam exageradamente gordos,dai não galarem as fêmeas.Este ano já depois de as fêmeas estarem no choco os machos parecem me um pouco mais gordos do que o que estavam antes de elas agarrarem ao choco.Estou a pensar sériamente em mudar de papa quando chegar a manutenção,visto que agora seria um risco.Talvez comam muita papa devido á mesma ser muito doce e ingerirem em muita quantidade,não é que eu dê muita,pelo contrário mas muitas vezes os machos metem-se no comedouro onde está a papa e nem deixam comer a fêmea.A papa que eu estou a utilizar neste momento é a papa branca espanhol da marca Pineta.
Que papa é que me aconselhariam?

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

1ª postura

Hoje como é hábito todos os dias,estive a dar comer ás minhas aves.depois de o fazer,como é hábito de 15 em 15 dias pulverizo as gaiolas assim como as aves com insectornis,já o faço há dois anos e para evitar a praga do piolho,ácaros e afins é o ideal.
Como hoje também já dava para fazer a verificação dos ovos(se estão galados ou não) em alguns casais(apenas 8 dos 19 casais que tenho)e verifiquei que dos 38 ovos que foram colocados pelos 8 casais,29 estão galados e tendo em conta que estou na 1ª postura é optimo,quero salientar que este ano optei por não dar vitamina E,agora tirem lá as vossas conclusões,porque eu já tirei as minhas...
Hoje dia 17/02/2009 verifiquei os restantes ovos que faltava e verifiquei que dos 77 ovos depositados no total 62 ovos são galados e apenas 15 são goros,tendo em conta que o ano passado na 1ª postura mais de metade dos ovos eram goros..
Estou estremamente satisfeito porque nada melhor do que entrar na época de criação com o pé direito!
Boas criações para todos vós!!!!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Troca de Ovos

Hoje não foi um dia diferente em relação aos outros,isto porque desde que as fêmeas começaram a meter chegou a altura de trocar todos os dias os ovos "verdadeiros" pelos de plástico.
Já tenho muitas fêmeas a chocar,se bem que há algumas ainda que não agarraram bem ao choco,mas essas eu não coloco logo os ovos para elas chocarem,espero mais um dia,para que esteja bem agarrada ao choco e ai sim coloco os ovos.
Tenho duas fêmeas que põem ovos de 2/2 dias,mas isto para mim não é novidade já que o ano passado aconteceu-me exactamente a mesma coisa.
Até agora as coisas estão se a desenrolar naturalmente,espero também não ter muita percentagem de ovos goros,se bem que o ano passado nem tive muitos,mas isso á que esperar para ver.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Nova Época(criação)

Para mim assim como para muitos criadores começou uma nova época,a criação.
Depois das exposições,vem a preparação das aves,quando digo preparação estou me a referir alimentação em geral e não a qualquer tipo de tratamentos,porque eu não o faço,unicamente dou o que dou durante todo o ano,apenas vario a quantidade consuante a época em que me encontro,nada mais.
Como disse anteriormente começou uma nova etapa,há mais ou menos uma semana coloquei os ninhos,passados 3 dias já muitas fêmeas estavam com o ninho praticamente construido, antes de colocar os ninhos tive a divisória em rede a dividir o macho da fêmea mas a verem-se para que eu consiga tentar que os casais se dêm bem e que não haja aquelas brigas que quando normalmente juntamos as aves e existe aquele tipo de antipatia uma ave pela outra.
Há dois dias começaram a colocar ovos,faltamdo-me apenas 3 casais que estão a concluir o ninho,de resto está tudo a pôr ovos.
Nesta altura estou dar 2 vezes por semana papa e germinado,1 vêz por semana sêmola,nutribird,diariamente mistura e grite á disposição.
Quando nascem as crias têm á disposição sementes(mistura) germinado renovado diáriamente papa nutribird e sêmola.
Á medida que as fêmeas vão entrando no choco, eu vou dando noticias como decorrem as coisas.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Breadmax


Breedmax® é um suplemento alimentar para pássaros resultando da cooperação de um amante de pássaros e de um especialista em alimentos veterinários.
Breedmax® assegura um estado saudável e boa fertilidade em pássaros adultos.
Breedmax® também permite um crescimento e saúde óptimos em pássaros jovens.
A composição cientificamente equilibrada fornece as quantidades certas de proteínas,hidratos de carbono, gorduras e minerais de acordo com as necessidades dos pássaros.
Os minerais e oligoelementos necessários cálcio, fósforo, magnésio, cobre, cobalto, manganésio,...) estão presentes em quantidades suficientes.
Um composto de cálcio de fácil absorção e a quantidade correcta de cálcio/fósforo são importantes na prevenção da colagem de ovos.
O conteúdo vitamínico fornece as necessidades diárias dos pássaros.
Foram adicionados suplementos das vitaminas das vitaminas mais importantes para pássaros (Vitamina A, E, B3 e PP).
Esta composição garante a saúde e fertilidade dos pássaros.


** Nutrientes ** _______________________________________(% )
Proteína bruta _________________________________________25,7
Matéria gorda __________________________________________8,80
Celulose bruta ________________________________________ 2,40
Cálcio _________________________________________________1,88
Potássio _______________________________________________0,79
Magnésio _____________________________________ ________0,12
Sódio __________________________________________________0,12
Cloro __________________________________________________0,40
** Aminoácidos ** ____________________________________( g/Kg)
Alanina ________________________________________________5,10
Arginina _______________________________________________15,9
Carnitina ________________________________ _____________0,07
Colina (B4) _______________________________ _________15,731
Cisteína __________________________________________________4
Fenilalanina ______________________ _____________________6,7
Ácido fólico (Bc)_________________________________________37
Istidina _______________________________________________ 6,5
Isoleucina __________________________ __________________ 5,9
Leucina ___________ ____________________________________10,7
Prolina _________________________________________________5,1
Serina __________________________________________________5,6
Treonina________________________________________________11,7
Triptofano ______________________________________________3,2
Tirosina ________________________________________________5,9
Lisina _________________________________________ _______16,6
Metionina _______________________________________________6,6
Metionina + Cisteina ___________________________________10,5
Valina _____________________________________________ ___13,9

** Oligoelementos ** __________________ __________ ___(mg/kg)
Iodo_____________________________________________________114
Cobalto _________________________________________________ 20
Cobre____________________________________________________463
Manganésio ______________________________________________349
Selénio __________________________________________________3
Ferro ___________________________________________________308
Zinco _________________________________________________ _347

** Vitaminas ** ________________________________________(mg/Kg)
Vitamina A ___________________________________________296 000 UI/IU
Vitamina B1 ______________________________________________93
Vitamina B2 ________________________________________ _____183
Vitamina B3 ________________________________________ ___434
Vitamina B6 ______________________________________________94
Vitamina B12 __________________________________________ _0,947
Vitamina C ______________________________________________1 424
Vitamina D3 ___________________________________________22 000 UI/IU
Vitamina E ____________________________________________ 1 406
Vitamina K ___________________________________________ __ 44
Vitamina PP/B5 __________________________________________ 49
Biotina________________________________________________ 4,665


*Ácido linoleico ________________________________________ 29
* Lactose _______________________________________________ 55
* Fructo-oligosacárido___________________________________+++
* Nucleótido ____________________________________________+++

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Os factores mosaico

Os factores mosaicos no plural, porquê? Existem com efeito vários factores "mosaico", ou antes diversos dimorfismos provenientes de origens diferentes:
1 - Cardinalito da Venezuela:
2 - Canários ingleses do tipo Gloster;
3 - Serinus cini e outros.
O factor mosaico que foi captado no Cardinalito da Venezuela é de longe, a meu ver, o dimorfismo mais qualitativo , porque as aves "mosaico" próximas do Cardinalito possuem todos os pontos de eleição de um lipocromo perfeito em intensidade, não tendo "schimel" (nevado), uma plumagem muito curta e uma delicadeza de pena inigualável.

De notar que no Cardinalito da Venezuela existem dois tipos de aves, um deles possuindo uma grande banda branca que, partindo do abdómen, sobe no sentido do peito. É este tipo que se deve acasalar para melhorar o facto mosaico.

As primeiras aves "mosaico" apareceram na Holanda a partir do cruzamento Cardinalito da Venezuela x Vermelho lipocromo. O trabalho rigoroso e a selecção que daí resultou, trouxe fêmeas mosaico muito belas, quer em melanina quer em lipocromo, mas trataremos agora apenas do mosaico Vermelho Lipocromo. Estas fêmeas apresentavam-se de cor branca cré sobre o dorso e pontos de eleição dum belo vermelho vivo e luminoso; as linhas oculares muito finas, embora bem distintas. A pena era de tal modo fina que o lipocromo sobressaia no meio do branco neve.

Recordo-me de uma fêmea que adquiri por intermédio de Mario Ascheri. Tal fêmea era originaria de uma linhagem holandesa (º nº de "Stam" 4942, criador célebre) porque a pena dessas aves podia ser comparada com a seda. Não me posso esquecer disso, pois o branco cré era de uma brancura magnífica, devido à delicadeza inigualável da pena.

Diga-se de passagem que não era necessário o recurso a "lavagens especiais" com champôs para cães brancos, ao contrário do que é hoje praticado por criadores de canários mosaicos, tanto a nível nacional como internacional.

Os pontos de eleição do "protótipo" mosaico eram de um vermelho intenso, "luminoso" e sem "schimmel". Esta é a prova viva do factor qualitativo mosaico fornecido pelo Cardinalito da Venezuela.
Os machos, pelo contrário não eram nada de espectaculares e não podiam ser aves de concurso, pelo menos segundo os critérios actuais. Estes últimos apresentavam "schimmel" dorsal importante, com um lipocromo muito intenso nas espáduas, peito, cabeça e uropígeo.

Os melhores machos apresentavam um abdómen muito branco, que se prolongava para cima sobre o peito. O conjunto era sempre caracterizado por uma plumagem bastante curta e bem luminosa. Eis o que há quanto ao factor mosaico qualitativo.
Seguidamente um factor quantitativo foi introduzido no mosaico por criadores italianos, e Mario Ascheri, em visita à exposição de Reggio Emília de 1969, ficou maravilhado com um stam de machos que possuíam um tipo mosaico diferente, muito mais espectacular.

A máscara bem vermelha destacava-se nitidamente do peito, as espáduas e uropígeo eram os de uma fêmea, no entanto com um pouco mais de rosa sobre o dorso e no peito. Isto foi uma revolução e este mosaicos foram denominados "Novo Tipo". É evidente que Mario Ascheri os adquiriu, e mais tarde eu adquiri um macho. Pelo estudo desse macho, compreendi que a estrutura das penas tinha mudado: o branco era menos luminoso e a cabeça mais forte, as patas mais curtas, os olhos ligeiramente rasgados e amendoados. O conjunto da ave era mais pesado do que o mosaico que criávamos.
Todos os criadores de mosaico se precipitaram e toda a gente reproduziu esse tipo de mosaico. Mas há sempre o reverso da medalha.

A selecção que se seguiu foi conduzida no mau sentido, e por força de manter mais branco, o lipocromo, quer nos machos quer nas fêmeas, tornava-se pálido, a pena alongava-se à medida que prosseguiam os acasalamentos, o traço do olho (nas fêmeas) desapareceu para dar lugar a "lunetas", ou melhor, mascarilhas de um lipocromo pálido. A seguir apareceram os quistos.
Entretanto compreendi que esse factor mosaico foi captado dos canários ingleses do tipo Gloster. Para o verificar refiz os mesmos acasalamentos e cheguei aos mesmos resultados.
Era necessário suprimir os defeitos produzidos por esse novo factor mosaico, embora conservando as qualidades. A única forma era partir de novo de Cardinalito da Venezuela.

Só este acasalamento permitia:
- Restituir o lipocromo intensivo.
- Encurtar as penas.
- Modificar em parte a estrutura da pena
- Reencontrar a parte do mosaico inicial por modificação da estrutura da pena.

Actualmente, após esses diferentes acasalamentos, podemos considerar que os mosaicos vermelhos são belos exemplares, todavia com um objectivo a nunca perder de vista: Ligar Intimamente o Factor Qualitativo e o factor Quantitativo. Nunca esquecer que é o protótipo ou modelo mosaico perfeito da fêmea que reflecte a qualidade do casal.

Uma boa máscara no macho não é forçosamente uma qualidade para dar boas fêmeas. Existem com efeito machos mosaicos em concursos que possuem uma bela máscara, bem cotada, que não passam de mosaicos "reles" (à francesa, mosaiques "BIDON"…).

Se os observarmos mais de perto apercebemo-nos de que:
- a estrutura da pena é mais espessa; logo, afastada do Cardinalito;
- o lipocromo desce no abdómen quase até à cauda.
- A tipicidade dos traços finos no olho é muito importante, pois tudo daí parte para obter uma linha mosaico de qualidade.

É falso pretender-se que existem fêmeas para fazer machos, e machos para fazer fêmeas. Alguns criadores lançaram essa teoria há alguns anos, defendendo que fêmeas possuindo muito lipocromo na máscara melhorariam os factores mosaico no macho, e que machos tendo uma pequena máscara dariam boas fêmeas. É uma Falácia!

As qualidades de um mosaico traduzir-se-ão por:
Macho:
- Uma máscara muito intensa.
- Um lipocromo muito vermelho nos pontos de eleição, sem "schimmel" no meio.
- Um branco muito luminoso (sem recurso a champô…) para as partes brancas.
Uma plumagem muito curta e marcada em lipocromo,.
Um branco cré, bem luminoso no abdómen, subindo em direcção ao alto do peito.

Eis um macho que dará boas fêmeas.
Fêmea:
- Plumagem sedosa.
- Pontos de eleição muito vermelhos.
- Traço ocular bem marcado, sem lunetas, ou máscara ligeira.

Eis uma fêmea que dará bons machos mosaicos.
Nos dois casos, as rémiges deverão ser brancas, pois aumentar-se-à a qualidade do factor vermelho. Isto obtém-se por selecção; no entanto, uma alimentação à base de papa contendo corantes amarelos artificiais pode pigmentar as rémiges, da mesma forma que:
- Tratamentos antibióticos.
- Verdura na altura da criação.
- Muito ovo de galinha do campo. O amarelo pode cobrir as rémiges.

É por isso que tenho muito cuidado com a alimentação dos mosaicos e emprego papa seca sem corantes artificiais, com a qual as crias se desenvolvem muito bem, não obrigando ao recurso a antibióticos nos momentos das criações.


Michel Darrigues, Juiz Francês O.M.J.

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